Síntese Coletiva Sobre a Gestão Escolar
A escola e a educação são processos sociais que podem ser conhecidos como “gestão da vida”. Elas possuem a tarefa da produção e circulação do conhecimento, compondo o relevo instável do nosso tempo, pois resultam do desenvolvimento cultural humano.
A gestão da escola dá-se por movimentos de sujeitos envolvidos nela e, deveria, pela comunidade que a rodeia. A concepção tradicional de ensino e aprendizagem com objetivos pré-estabelecidos, onde os conteúdos devem ser transmitidos aos estudantes e por esses assimilados em exercícios contínuos de repetição e memorização de conteúdos e avaliações como forma de julgamento torna-se uma prática de naturalização de significados e uma domesticação do ato de aprender. A formação de alunos/cidadãos depende além da boa gestão, bons profissionais que executem seu trabalho de maneira eficiente e eficaz. Tal propósito tradicional de “repasse de informação” pode ser entendido como currículo. Este, com função objetiva, é organizado com base numa visão funcionalista da escola. Pode também ser chamado de modelo tecnicista.
Ao longo do tempo essa concepção de currículo também se modificou e, aos poucos, foi adaptando-se ao seu tempo. Compreendeu-se a necessidade maior de um ensino-aprendizado, além de um “repasse de informações”. O currículo é visto como um processo de aprendizagem e não mais como apenas conteúdos a serem transmitidos. Essa é perspectiva crítica do currículo. Pode-se dizer, então, que o currículo é o conjunto de fatores influentes no estabelecimento de ensino. Tudo o que contribui para o processo ensinar-e-aprender. A avaliação é importante para que professores e alunos vejam se as metas propostas no PPP foram alcançadas, porém, o modo de se realizar esta atividade deve ser considerado com cuidado antes, não colocando os alunos num ranking, medindo sua inteligência.
Entretanto, toda escola está sujeita às regras e normas que regulamentam os seus estatutos políticos e oficializam as suas identidades, mas a forma de governar, ou fazer valer essas normas, por muitas vezes, reduz a potencialidade de experiências, de culturas, inclusive de bem estar, que poderiam se aproveitados num ambiente com tanta diversidade de indivíduos.
A gestão escolar reflete e, de certa forma, depende do Projeto Político Pedagógico. Entretanto, esse projeto obrigatório só se faz presente quando há um entrelaçamento entre partes, tanto governamental educacional quanto os sujeitos participantes da elaboração e execução do mesmo. Mas o PPP é apenas o ponto de partida, uma estratégia onde estão presentes os desejos de melhoria e ele deve ser posto em prática. Portanto, não é cabível ele ser apenas um documento, pois deve ser algo construído através das experiências vividas respeitando as decisões coletivas.
Quando as ações participativas são valorizadas na construção do PPP é muito mais fácil para a escola funcionar de maneira adequada e democrática, cuidando de todos os envolvidos no seu cotidiano e cumprindo com o objetivo de construir pessoas felizes e formando cidadãos de participação crítica e ativa na sociedade. O PPP é o que articula a organização escolar e dele fazem parte os processos de ensino e aprendizado, príncipios éticos, planos de trabalho, planejamento, compromissos públicos, decisões coletivas e reflexões críticas, estando vivo em todos os espaços da instituição.
A escola além de ser um ambiente de saber científico, é um local de convivência. O conviver, a presença humana, o dia-a-dia, fazem da escola e da educação um ambiente de muitas experiências pedagógicas e de vida. E são essas experiências que servirão de estímulo a uma nova forma de ensinar, de fazer educação.
Segundo Sousa e Pimentel (2002, p.9)
“as utopias estão vivas em todos nós, ainda que nem sempre possamos vê-las, que nossas descrenças nos impeçam de alcançá-las. Sonhamos porque podemos realizar juntos, os nossos sonhos e são eles que nos impulsionam a caminhar.”
Como desde muito tempo a sociedade tem funcionado de maneira desigual, as escolas tem tido dificuldade em corrigir certos costumes como a gestão autoritária nas relações de mando e obediência. É necessário, portanto, que ocorra uma quebra entre o modelo de sociedade e a organização escolar. Revolucionar a educação é fazer com que a escola promova a criatividade, incentive o gosto à leitura e à escrita. O educador tem de ter o príncipio de que todos são capazes de aprender.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CARDOSO, Terezinha M. Organização Escolar. 1.ed. Florianópolis: Biologia/EAD/UFSC, 2010.
PIMENTEL, Álamo. Escola, educação e gestão da vida. Ponto de Vista, Florianópolis, n. 3/4, p. 145-159, 2002.
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