sábado, 19 de junho de 2010

Diferentes segmentos escolares e a Gestão Democrática escolar

Em termos antropológicos e educacionais, socializar uma pessoa significa criar um ambiente no qual ela possa aprender uma língua, regras de pensamento conceitual, algo na história da comunidade a que pertence, hábitos práticos necessários à sobrevivência e ao desenvolvimento, regras morais que regem relações com outros membros da comunidade (BOTTOMORE, Dicionário do Pensamento Marxista, 1988).

A escola possui um papel importante na formação e socialização de crianças, jovens e adultos, devendo proporcionar, nos diferentes espaços/tempo, atividades, ensinamentos e processos participativos para o devido aprendizado e socialização dos seus estudantes.

A escola básica Professor José Brasilício tem uma preocupação em passar valores éticos e morais aos seus estudantes, através de palestras com temas sobre drogas, sexualidade, doenças relacionadas aos hábitos alimentares e outros, auxiliando-os a construir uma sociedade melhor.

O que é gestão democrática?

É uma forma de gerir uma instituição de maneira que possibilite a participação, transparência e democracia.

Os princípios que norteiam a Gestão Democrática são:

- Descentralização: A administração, as decisões, as ações devem ser elaboradas e executadas de forma não hierarquizada.

- Participação: Todos os envolvidos no cotidiano escolar devem participar da gestão: professores, estudantes, funcionários, pais ou responsáveis, pessoas que participam de projetos na escola, e toda a comunidade ao redor da escola.

- Transparência: Qualquer decisão e ação tomada ou implantada na escola tem que ser de conhecimento de todos.

A Gestão Democrática é formada por alguns componentes básicos:

- Constituição do Conselho Escolar.

- Elaboração do Projeto Político Pedagógico de maneira coletiva e participativa;

- Divulgação e transparência na prestação de contas;

- Avaliação institucional da escola, professores, dirigentes, estudantes, equipe técnica; eleiçãodireta para diretor(a);

O bom gestor deve ser um administrador, manter a escola dentro das normas do sistema educacional, seguir portarias e instruções e ser exigente no cumprimento de prazos. A qualidade do ensino, o projeto pedagógico, a supervisão e a orientação pedagógica são valorizadas juntamente com a gestão democrática e com a participação da comunidade, estar sempre rodeado de pais, alunos e lideranças do bairro e abrindo os eventos escolares para a comunidade.

O Projeto Político Pedagógico é desenvolvido com o intuito de fazer com que a escola tenha uma gestão democrática compreendendo seu papel político e pedagógico na socialização e formação de pessoas. Sendo assim, o PPP é um processo contínuo, que deve ser formado por decisões coletivas, da reflexão conjunta, agregando interesses de todos os segmentos da escola e conformado com as exigências da realidade atual de cada instituição.

Os responsáveis pelo funcionamento da instituição devem ter o entendimento de que estes objetivos somente serão atingidos coletivamente, com ética, planejamento e compromisso público, sabendo que tudo tem de funcionar de forma igualitária sem promover uns e privar outros.

Na gestão democrática a participação da comunidade é incentivada sempre. A Associação de Pais e Professores (APP) e o Grêmio Estudantil não podem ser apenas espaços formais somente assegurados por lei onde não são levados em conta nem participam das decisões escolares, tanto de caráter pedagógico como administrativo. No caso da escola visitada, Professor José Brasilício, conta com a participação da APP. Porém, os pais normalmente não gostam de se envolver e assumir tais responsabilidades. Por isso, a APP é formada por professores e pais que trabalham na escola e têm seus filhos matriculados na escola. Já o grêmio estudantil é ausente. Os alunos não têm maturidade suficiente para a formação do mesmo, por se tratar de uma escola de ensino fundamental. A comunidade participa da gestão apenas em eventos comemorativos como festa junina, semana de recreação, etc.

Com relação a organização didático-pedagógica, as disciplina de Língua Portuguesa e de Matemática são consideradas as mais importantes em nosa sociedade. Para essas disciplinas há inclusive organização de aula faixas para que professores e educandos tenham mais tempo para aprender e exercitar o assuntos. Contudo as outras disciplinas também são importantes e fazem parte da formação do educando.

A escola professor José Brasilício, pertence a rede estadual de ensino e segue, portanto, suas normas. Com relação ao tempo de duração, as aulas estão organizadas em tempos fixos de 40 minutos, sendo 5 aulas por dia com uma pausa de 15 minutos (recreio).

A escola também dá ênfase às atividades que promovam a criatividade do aluno e o seu relacionamento com os demais colegas, pois são consideradas de grande importância para a socialização do aluno e para o seu desenvolvimento intelectual.

Processos democráticos servem para ensinar alunos, pais, professores, equipe docente e direção, pois, a democracia é aprendida através da experiência, da vivência, do exercício da mesma.


Por Bruna Freitas, Cileide Brasil, Maici Alboleda, Talita Simões.

sábado, 15 de maio de 2010

Síntese Coletiva Sobre a Gestão Escolar

A escola e a educação são processos sociais que podem ser conhecidos como “gestão da vida”. Elas possuem a tarefa da produção e circulação do conhecimento, compondo o relevo instável do nosso tempo, pois resultam do desenvolvimento cultural humano.
A gestão da escola dá-se por movimentos de sujeitos envolvidos nela e, deveria, pela comunidade que a rodeia. A concepção tradicional de ensino e aprendizagem com objetivos pré-estabelecidos, onde os conteúdos devem ser transmitidos aos estudantes e por esses assimilados em exercícios contínuos de repetição e memorização de conteúdos e avaliações como forma de julgamento torna-se uma prática de naturalização de significados e uma domesticação do ato de aprender. A formação de alunos/cidadãos depende além da boa gestão, bons profissionais que executem seu trabalho de maneira eficiente e eficaz. Tal propósito tradicional de “repasse de informação” pode ser entendido como currículo. Este, com função objetiva, é organizado com base numa visão funcionalista da escola. Pode também ser chamado de modelo tecnicista.
Ao longo do tempo essa concepção de currículo também se modificou e, aos poucos, foi adaptando-se ao seu tempo. Compreendeu-se a necessidade maior de um ensino-aprendizado, além de um “repasse de informações”. O currículo é visto como um processo de aprendizagem e não mais como apenas conteúdos a serem transmitidos. Essa é perspectiva crítica do currículo. Pode-se dizer, então, que o currículo é o conjunto de fatores influentes no estabelecimento de ensino. Tudo o que contribui para o processo ensinar-e-aprender. A avaliação é importante para que professores e alunos vejam se as metas propostas no PPP foram alcançadas, porém, o modo de se realizar esta atividade deve ser considerado com cuidado antes, não colocando os alunos num ranking, medindo sua inteligência.
Entretanto, toda escola está sujeita às regras e normas que regulamentam os seus estatutos políticos e oficializam as suas identidades, mas a forma de governar, ou fazer valer essas normas, por muitas vezes, reduz a potencialidade de experiências, de culturas, inclusive de bem estar, que poderiam se aproveitados num ambiente com tanta diversidade de indivíduos.
A gestão escolar reflete e, de certa forma, depende do Projeto Político Pedagógico. Entretanto, esse projeto obrigatório só se faz presente quando há um entrelaçamento entre partes, tanto governamental educacional quanto os sujeitos participantes da elaboração e execução do mesmo. Mas o PPP é apenas o ponto de partida, uma estratégia onde estão presentes os desejos de melhoria e ele deve ser posto em prática. Portanto, não é cabível ele ser apenas um documento, pois deve ser algo construído através das experiências vividas respeitando as decisões coletivas.
Quando as ações participativas são valorizadas na construção do PPP é muito mais fácil para a escola funcionar de maneira adequada e democrática, cuidando de todos os envolvidos no seu cotidiano e cumprindo com o objetivo de construir pessoas felizes e formando cidadãos de participação crítica e ativa na sociedade. O PPP é o que articula a organização escolar e dele fazem parte os processos de ensino e aprendizado, príncipios éticos, planos de trabalho, planejamento, compromissos públicos, decisões coletivas e reflexões críticas, estando vivo em todos os espaços da instituição.
A escola além de ser um ambiente de saber científico, é um local de convivência. O conviver, a presença humana, o dia-a-dia, fazem da escola e da educação um ambiente de muitas experiências pedagógicas e de vida. E são essas experiências que servirão de estímulo a uma nova forma de ensinar, de fazer educação.
Segundo Sousa e Pimentel (2002, p.9)
as utopias estão vivas em todos nós, ainda que nem sempre possamos vê-las, que nossas descrenças nos impeçam de alcançá-las. Sonhamos porque podemos realizar juntos, os nossos sonhos e são eles que nos impulsionam a caminhar.”
Como desde muito tempo a sociedade tem funcionado de maneira desigual, as escolas tem tido dificuldade em corrigir certos costumes como a gestão autoritária nas relações de mando e obediência. É necessário, portanto, que ocorra uma quebra entre o modelo de sociedade e a organização escolar. Revolucionar a educação é fazer com que a escola promova a criatividade, incentive o gosto à leitura e à escrita. O educador tem de ter o príncipio de que todos são capazes de aprender.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


CARDOSO, Terezinha M. Organização Escolar. 1.ed. Florianópolis: Biologia/EAD/UFSC, 2010.


PIMENTEL, Álamo. Escola, educação e gestão da vida. Ponto de Vista, Florianópolis, n. 3/4, p. 145-159, 2002.

Sínteses Individuais Sobre a Gestão Escolar

Quando pensamos em organização escolar imaginamos uma escola com boa infra-estrutura, professores especializados e comprometidos com seus objetivos e metas escolares, com ânimo e criatividade para exercer sua atividade docente, alunos motivados e educados e a escola cumprindo sua função de socialização funcionando sem falhas. Porém, essa idéia não passa de uma utopia e para que esse ideal seja alcançado o processo de educação deve sofrer mudanças constantes a fim de se atingir o esperado.
Para que uma escola tenha um bom funcionamento é necessária a presença de elementos que auxiliem os sujeitos na gestão da mesma. O Projeto Político Pedagógico (PPP) é um desses elementos. Ele é desenvolvido com o intuito de fazer com que a escola tenha uma gestão democrática compreendendo seu papel político e pedagógico na socialização e formação de pessoas. Sendo assim, o PPP é um processo contínuo, que deve ser formado por decisões coletivas, da reflexão conjunta, agregando interesses de todos os segmentos da escola e conformado com as exigências da realidade atual de cada instituição.
Quando as ações participativas são valorizadas na construção do PPP é muito mais fácil para a escola funcionar de maneira adequada e democrática, cuidando de todos os envolvidos no seu cotidiano e cumprindo com o objetivo de construir pessoas felizes e formando cidadãos de participação crítica e ativa na sociedade. Mas o PPP é apenas o ponto de partida, uma estratégia onde estão presentes os desejos de melhoria e ele deve ser posto em prática. Os responsáveis pelo funcionamento da instituição devem ter o entendimento de que estes objetivos somente serem atingidos coletivamente, com ética, planejamento e compromisso público, sabendo que tudo tem de funcionar de forma igualitária sem promover uns e privar outros.
A sociedade atual é individualista, portanto, não existe incentivo na criação de espaços de lazer coletivos. A escola possui, então, um papel importante na formação e socialização de crianças, jovens e adultos, devendo fornecer espaços, atividades e ensinamentos para o devido aprendizado dos seus estudantes, e o PPP está presente em todos estes locais, através do currículo, das avaliações, dos contextos, da gestão e das práticas pedagógicas da instituição.
Como desde muito tempo a sociedade tem funcionado de maneira desigual, as escolas tem tido dificuldade em corrigir certos costumes como a gestão autoritária nas relações de mando e obediência. É necessário, portanto, que ocorra uma quebra entre o modelo de sociedade e a organização escolar. Tanto educandos quanto educadores devem fazer parte de um grupo onde todos aprendem. Isso é revolucionar a educação, fazer com que a escola promova a criatividade, incentive o gosto à leitura e à escrita, não colocando os alunos num ranking, medindo sua inteligência classificando-os como burros ou inteligentes. A avaliação é importante para que professores e alunos vejam se as metas propostas no PPP foram alcançadas, porém, o modo de se realizar esta atividade deve ser considerado com cuidado antes, para que não ocorra exclusão ou distinção entre os alunos. O educador tem de ter o príncipio de que todos são capazes de aprender.
A organização escolar se da em torno das mais variadas questões. Qual a gestão desejada? Quais sujeitos envolvidos? Como assegurar a aprendizagem aos jovens e crianças? A instituição pode ser organizada de forma democrática ou autoritária, formato adotado por tanto tempo. Na gestão democrática a participação da comunidade é incentivada sempre. A Associação de Pais e Professores (APP) e o Grêmio Estudantil não podem ser apenas espaços formais somente assegurados por lei onde não são levados em conta nem participam das decisões escolares, tanto de caráter pedagógico como administrativo. Processos democráticos servem para ensinar alunos, pais, professores, equipe docente e direção, pois, a democracia é aprendida através da experiência, da vivência, do exercício da mesma.
O conhecimento produzido ao longo da história é organizado em conteúdos escolares e estes em disciplinas, dessa forma o ensinar e aprender fica mais fácil. Porém, os conteúdos não podem ser hierarquirizados, como acontece em muitos locais, além disso, o tempo necessário para o processamento da informação num bom aprendizado é, também, muitas vezes ignorado. Existem métodos empregados para melhorar estes pontos, são eles as aulas faixas, que oferecem mais tempo para os alunos e professores realizarem suas atividades; e os ciclos de formação, os quais consideram os educandos como pessoas em desenvolvimento procurando privilegiar o que é mais significativo para cada indivíduo em cada período de formação.
Os conteúdos divididos em matérias não são o currículo propriamente dito mas fazem parte de sua formação, a qual busca conectar diferentes disciplinas de modo a abranger várias áreas do conhecimento. Portanto, currículo é tudo o que afeta a dinâmica de ensinar- aprender, envolvendo elementos da cultura escolar e da cultura da escola. Na época do crescimento industrial ele existia para formar pessoas que suprissem as necessidades do mercado de trabalho. Mas esse modelo tecnicista passou por críticas e modificações, e graças a estas duas ações o currículo tem um significado muito maior do que apenas disciplinas numa grade com horários.
O PPP é o que articula a organização escolar e dele fazem parte os processos de ensino e aprendizado, príncipios éticos, planos de trabalho, planejamento, compromissos públicos, decisões coletivas e reflexões críticas, estando vivo em todos os espaços da instituição. Estes elementos estando presentes no PPP e os sujeitos saindo do isolamento se reconhecendo como fios que compõem algo muito maior, que entrelaça uma dimensão planetária faz com que a escola e seus processos continuem crescendo sempre, é assim que evoluímos e crescemos.

Por Talita Simões

A gestão da escola dá-se por movimentos de sujeitos envolvidos nela e, deveria, pela comunidade que a rodeia. A formação de alunos/cidadãos depende além da boa gestão, bons profissionais que executem seu trabalho de maneira eficiente e eficaz. Tal propósito tradicional de “repasse de informação” na qual cabe ao professor transmitir ou transferir conhecimento pode ser entendido como currículo. Este, com função objetiva, é organizado com base numa visão funcionalista da escola. Pode também ser chamado de modelo tecnicista.
Ao longo do tempo essa concepção de currículo também se modificou e, aos poucos, foi adaptando-se ao seu tempo. Compreendeu-se a necessidade maior de um ensino-aprendizado, além de um “repasse de informações”. O currículo é visto como um processo de aprendizagem e não mais como apenas conteúdos a serem transmitidos. Essa é perspectiva crítica do currículo.
Pode-se dizer, então que o currículo é o conjunto de fatores influentes no estabelecimento de ensino. Tudo o que contribui para o processo ensinar-e-aprender.
A avaliação é de suma importância nesse processo uma vez que é através dela que se pode afirmar o quanto foi alcançado do objetivo proposto. A maneira que essa tal avaliação será realizada, pode-se dizer que é ainda mais importante, pois se deve ter todo um cuidado ético perante tal julgamento.
A gestão escolar reflete e, de certa forma, depende do Projeto Político Pedagógico. Este não é nada além do que um plano compreendido sobre todos integrantes sujeitos da escola para um melhor funcionamento da unidade. Entretanto, esse projeto só se faz presente quando há um entrelaçamento entre partes, tanto governamental educacional quanto os sujeitos participantes da elaboração e execução do mesmo. Porém, não é cabível se for apenas um documento, pois deve ser algo construído através das experiências vividas respeitando as decisões coletivas.

Por Bruna Freitas

As sociedades contemporâneas reconhecem a escola como um espaço privilegiado de gestão do conhecimento. Onde espaços, divisão entre o lugar do professor e aluno e o livro didático formam imagens que são comuns e estão presentes no imaginário social do novo ocidente, tecendo o significado da escola na mente das pessoas.
A escola e a educação são processos sociais que podem ser conhecidos como “gestão da vida” – desenvolvimento da expansão na relação com todos os seres vivos - antropologicamente na diversidade de práticas e saberes e ontologicamente fazendo com que as pessoas ocupem um lugar no mundo. Elas possuem a tarefa da produção e circulação do conhecimento, compondo o relevo instável do nosso tempo, pois resultam do desenvolvimento cultural humano.
São lugares nos quais partilhamos práticas e saberes sociais, construindo relações de ensino-aprendizagem que fortalecem o acesso aos caminhos da vida em sociedade e no espaço de convivência.
Cada indivíduo, na sua singularidade, enriquece os processos culturais das escolas através de suas experiências e visões. Assim, através delas, ele vai aprendendo a conviver com regras, valores e conceitos, fazendo com que a educação seja um processo cultural onde são produzidos condições de sua própria existência.
Nessa convivência, as pequenas transformações conduzem a grandes mudanças.
Por Cileide Brasil

A concepção tradicional de ensino e aprendizagem; com objetivos pré-estabelecidos, onde os conteúdos devem ser transmitidos aos estudantes e por esses assimilados em exercícios contínuos de repetição e memorização de conteúdos e avaliações como forma de julgamento torna-se uma prática de naturalização de significados e uma domesticação do ato de aprender.
Com a visão de que aluno é aluno, professor é professor, diretor é diretor deixamos no ambiente escolar uma sensação totalitária e burocrática exercendo controle entre as pessoas que circulam nesse espaço geográfico.
Toda escola está sujeita às regras e normas que regulamentam os seus estatutos políticos e oficializam as suas identidades, mas a forma de governar, ou fazer valer essas normas, por muitas vezes, reduz a potencialidade de experiências, de culturas, inclusive de bem estar, que poderiam se aproveitados num ambiente com tanta diversidade de indivíduos.
É no cotidiano escolar que ocorrem trocas de diferentes práticas e saberes, a construção de vínculos sociais e a interpretação do que se ensina e se aprende.
Ensinar e aprender desperta interesse de ambos os lados podendo ser prazeroso quando o conhecimento seduz, quando produz o extra-ordinário, quando faz da sala de aula e da escola um lugar que vai além dos conteúdos disciplinares instituídos, onde o aluno se sente livre e incentivado à sua expressão escrita e oral.
Quando o educador se fecha ao diálogo e se põe numa posição de autoridade ao educando, ele não vivencia o mundo escolar nem a natureza pessoal de cada aluno ficando alheio aos seus conflitos, incertezas, dúvidas, alegrias.
A escola além de ser um ambiente de saber científico, é um local de convivência.
O conviver, a presença humana, o dia-a-dia, fazem da escola e da educação um ambiente de muitas experiências pedagógicas e de vida. E são essas experiências que servirão de estímulo a uma nova forma de ensinar, de fazer educação.

Por Maici Alboleda

terça-feira, 30 de março de 2010

CONTEXTO ESCOLAR

CONTEXTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO

José Brasilício de Sousa foi um homem muito culto e sua lembrança coaduna com o espírito que uma escola deve transmitir. Brasilício foi músico, maestro e compositor do belo e desconhecido Hino do Estado de Santa Catarina (1890). Durante 25 anos finais de sua vida, foi astrônomo amador. Ganhava a vida como professor de história, geografia e cosmografia. Daí o nome da escola ser "PROFESSOR José Brasilício". E uma faceta desconhecida de sua biografia: Sousa fora adepto do idioma internacional "Volapük”. Homem de muita leitura era colaborador assíduo da imprensa da época, para a qual escrevia artigos sobre variados assuntos, com destaque ao Volapük e à astronomia, sem esquecer a história e a cultura.

O município de Biguaçu, quando da sua fundação em 1833, o território compreendia do atual Rio Carolina, divisa com São José ao Rio Camboriú, atual município de Balneário Camboriú, chegando aos limites da Serra Geral. A onda de desmembramentos para a fundação de novos municípios termina somente na década de 1960, com o desmembramento da região do Alto Biguaçu, atual município de Antônio Carlos e as antigas freguesias de Ganchos e Armação da Piedade, unidas no município de Governador Celso Ramos.

Biguaçu encontra-se muito ligada à capital Florianópolis, seja na questão da oferta de empregos e na educação, onde muitos moradores trabalham e estudam na capital, tornando o município característico de cidade-dormitório, ou mesmo na questão cultural, onde a cultura de base açoriana-catarinense encontra forte expressão.

CONTEXTO SOCIAL E CULTURAL

As diferenças sociais se fazem presentes e observou-se que a maioria dos alunos pertence a classe média baixa porém essa diferença é pouco notável. Com isso, o acesso aos bens culturais não é limitado, pois a escola possui laboratório de ciências, de informática, biblioteca com diversidade em títulos o que enriquece a bagagem cultural estimulando o senso crítico de cada aluno. Por outro lado, há uma dificuldade com relação às famílias que não conferem importância ao estudo nem a escolarização dos filhos.

O transporte gratuito é um fator importante para o sucesso da escolarização dos jovens, pois através dele o aluno tem acesso facilitado ao colégio.

O município de Biguaçu conta com boa rede de ensino fundamental e médio. A prefeitura tem por hábito garantir o transporte escolar no interior do município e praticamente 100% das crianças em idade escolar estão na escola.

RELIGIAO E ENSINO RELIGIOSO

Como o modo de compreender e agir no mundo originário de uma opção religiosa está presente na produção dos preconceitos, mesmo que a religião predominante entre os alunos do colégio seja católica, a escola não adota nenhuma religião específica. Assim evitam-se conflitos trazidos pelas diferentes culturas religiosas. As aulas de ensino religioso procuram mostrar aos alunos as diferenças entre o certo e o errado, valores morais respeitando a opção religiosa de cada aluno.

ETNIAS NA ESCOLA

Conforme a origem étnica é produzida uma cultura que aproxima ou distancia o estudante da cultura socializada e produzida na escola. A atribuição de uma identidade ao aluno junto com preconceitos étnicos são elementos que levam ao fracasso e a exclusão do aluno da escola.

A escola Professor José Brasilício tem aproximadamente 30 % de alunos afro-descendentes e 70 % de alunos brancos. Não foi relatado casos de preconceitos ou qualquer tipo de constrangimento entre os sujeitos da escola.

O contexto histórico, localização geográfica, composição econômica, opção religiosa, elementos de etnia, são fatores que se agregam a organização escolar e tecem a cultura da escola produzindo conceitos e preconceitos. A escola estudada entende que a igualdade e a educação são fatores primordiais para a formação de cidadãos críticos e responsáveis.


Por Bruna Freitas, Cileide, Maici, Talita.

sábado, 20 de março de 2010






Visita a escola da rede pública de ensino Professor José Brasilício, realizada no dia 17 de março de 2010, com o objetivo de analisar o entrelaçamento da cultura da escola com a cultura escolar.






A escola de educação básica Professor Jose Brasilicio situada em Biguaçu, Santa Catarina, tem mais de 80 anos sendo a escola mais antiga deste município. Ela passou por apenas duas reformas, a última realizada no ano passado onde a escola foi completamente adaptada para alunos com deficiência física. Em entrevista com a diretora regente, pode-se notar que os colaboradores têm interesse, além de cumprir com o currículo pedagógico, passar aos alunos valores, formar cidadãos de fato e prepará-los para fazer parte de uma sociedade melhor.



CULTURA ESCOLAR:
As escolas possuem certa semelhança entre si. Esta estudada segue as leis de diretrizes e bases da educação nacional (LDBEN), assim como todas devem seguir. Também têm sua arquitetura semelhante à de outras unidades escolares, como salas de aulas, laboratórios, biblioteca, espaço recreativo, refeitório, secretaria, sala para professores, banheiros, direção. Os materiais utilizados são comumente encontrados em outras instituições como a utilização de lousa e giz até os livros didáticos. Pode-se citar também a organização dos alunos para a escolha de um líder de classe, o qual fica responsável de representar a turma e passar qualquer problema ou sugestão ao professor regente, escolhido também pelos alunos. Este último representará a turma perante a diretoria.



CULTURA DA ESCOLA:
Contudo, a escola tem sua singularidade. Possui seu próprio projeto político pedagógico (PPP) revisado anualmente onde rege as normas internas. Possui um contexto histórico único por ser a mais antiga da região. É a principal escola do município por estar localizada geograficamente no centro da cidade. Tem estrutura suficiente para funcionar como pólo onde atende deficientes visuais e auditivos de todo o município. A escola também realiza campeonatos esportivos em determinados dias durante o ano. Tem como objetivo o incentivo à pratica de esportes e a integração entre os alunos.






FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA:
Transmitir aos alunos os valores importantes de uma sociedade. Formar cidadãos capazes de fazer essa sociedade melhor, respeitando as diferentes opiniões e crenças. Tentam educar os alunos de tal maneira que consigam distinguir o certo do errado. Para isso, sempre que possível a diretora ou os próprios alunos organizam palestras com temas atuais como, por exemplo, anorexia e bulimia, gravidez na adolescência, o uso de drogas, etc. Também orienta os alunos quanto à alimentação incentivando-os a colocarem em prática aquilo que lhes é passado em sala de aula, como cultivar hábitos saudáveis na alimentação e prática da leitura.



COMUNIDADE NA ESCOLA:
A escola oferece eventos que incentivam a participação da comunidade como festa junina, semana afro, noite da dança, entre outras.


PAIS, ALUNOS E A GESTAO ESCOLAR:
Por ser uma escola de ensino fundamental, os alunos não tem maturidade e nem interesse de reivindicação, a não ser pelo uso do uniforme escolar e sugestões no cardápio da alimentação diária. Já os pais estão envolvidos na gestão escolar através da associação de pais e professores (APP). Porém, estes pais representantes geralmente já são envolvidos na escola, por exemplo, professores que tem filhos matriculados na escola. Ao mesmo tempo em que a escola dá liberdade para os professores tomarem decisões individuais ela também determina o que é melhor para os alunos passando decisões, como o uso de uniforme, para a associação de pais e professores.




RELAÇÁO ENTRE OS SUJEITOS DA ESCOLA:
Mantêm-se uma relação boa, com respeito mútuo. A participação de todos é muito importante desde a faxineira, merendeira até a diretora, pois sem essa relação a escola não seria bem estruturada, uma vez que isso caracteriza a escola como ela é.



ARQUITETURA DA ESCOLA:
A escola, com a reforma feita há um ano, foi completamente adequada aos deficientes físicos com rampas e banheiros adaptados e ganhou sala de informática, laboratório de ciências, sala de vídeo, biblioteca nova. A escola tem um amplo espaço recreativo e duas quadras esportivas. Não possui lanchonete, pois esta foi fechada por determinação do governo pela falta de qualidade dos alimentos. Porém a escola tem uma cozinha e um refeitório que atendem a demanda dos alunos.





DEFICIÊNCIA ESCOLAR:
De maneira geral, a escola é bastante adequada e até superou as expectativas em relação ao que ela podia oferecer. Porém, notou-se a falta de persistência em relação á consciência ecológica. A escola iniciou um projeto de reciclagem de lixo instalando lixeiras para coleta seletiva, o qual não deu certo, pois os alunos não estavam preparados e o projeto foi abandonado sendo que o cuidado com a reciclagem de lixo é algo contínuo que deve ser tratado com persistência e paciência para que se alcance o resultado esperado. Além disso, a escola tenta resolver o problema de alunos fumantes no período noturno.


Por Bruna Freitas, Cileide, Maici e Talita

segunda-feira, 15 de março de 2010

Síntese Coletiva

De acordo com o texto do Carlos Roberto Jamil Cury, “A Educação Básica no Brasil”, a sociedade não sentia necessidade dos conhecimentos científicos. Com o período industrial, fez-se necessário o implante de mão-de-obra especializada, profissional e com isso a necessidade de conhecimentos específicos. A alfabetização, então, tornou-se fundamental, economicamente. A sociedade sentiu a importância do saber, da educação, enfim, da alfabetização. Dessa forma pode perceber que a presença da escola na vida das pessoas não pode ser separada dos processos culturais, dos valores socioeconômicos, do interesse das classes e do governo. Porque ela não é um fenômeno neutro, ela sofre os efeitos da ideologia, por estar de fato envolvida na política.

A Constituição do Brasil faz referência à educação no seu artigo 6º do capítulo II desde o Império, embora isso ainda não seja uma lei cumprida. Esse direito além de garantir a cidadania, permite que uma sociedade evolua sócio-política e economicamente. Atualmente é garantido por lei o acesso de todos à educação escolar em quase todos os países. Essa educação básica faz-se necessária para a formação de cada cidadão na construção de uma sociedade melhor. O ensino profissional é essencial para a inserção dos cidadãos no mercado de trabalho, garantindo o crescimento da sociedade. Este princípio é indispensável para as políticas que visam à participação de todos nos espaços sociais e políticos e profissionais.

A figura do direito tem como correlato a figura da obrigação. Todos têm direito a essa educação, porém pode-se observar que muitos não têm acesso a esse ensino, ou têm um ensino de pouca qualidade. Cita-se como exemplo a falta de condições em muitas regiões do país, principalmente norte e nordeste. Além da falta de infra-estrutura em algumas unidades escolares.

No ambiente escolar nota-se que os métodos pedagógicos e a disposição espacial das pessoas e objetos mostram ainda as distintas relações entre professores e alunos, que se mantém desde a chamada escola tradicional.

A arquitetura escolar é planejada por arquitetos ou engenheiros, sem nenhuma participação de seus futuros usuários. Mas as necessidades de um determinado grupo social parecem fundamentais, como aos portadores de deficiência física que sofrem com as barreiras colocadas por essa arquitetura. Diferentes grupos sociais têm diferentes modos de relação com o espaço e devem-se levar em consideração as diferenças para que não excluamos nenhum cidadão, portanto uma melhoria nas arquiteturas das escolas formara um espaço que abrigue uma relação de igualdade humana e social. Infelizmente é notável que quanto mais longe dos centros urbanos mais pobres são as escolas em sua arquitetura

As classes que governavam se preocupavam mais com seus interesses exclusivos do que com projetos que englobavam melhorias sociais para gerar igualdade a todos. Isto explica o grande número de pessoas que não sabem ler nem escrever ou que possui pouca escolaridade. A pirâmide educacional com a da distribuição de renda estão muito próximas.


"Não é possível refazer este país, democratizá-lo, humanizá-lo, torná-lo sério, com adolescentes brincando de matar gente, ofendendo a vida, destruindo o sonho, inviabilizando o amor. Se a educação sozinha não transformar a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda."

( Paulo Freire )

Organização Escolar

Sínteses individuais elaboradas a partir dos textos: A Arquitetura Escolar como Materialidade do Direito Desigual à Educação de Rita de Cássia Gonçalves e O Direito à Educação de Carlos Roberto Jamil Cury

A educação escolar é uma dimensão fundamental da cidadania, este princípio é indispensável para as políticas que visam à participação de todos nos espaços sociais e políticos e também para a reintegração no mundo profissional. A constituição brasileira embora defenda a educação para todos desde séculas atrás, continua como uma promessa não cumprida. Vários elementos, como o empobrecimento dos salários, das condições do trabalho, de vida e de formação de professores e alunos, o empobrecimento e a degradação dos espaços físicos das escolas, contribuem para a exclusão e desqualificação da educação neste país.

Entre os educadores aumentou a necessidade de uma lei de caráter nacional que seja reconhecida, ajudando na batalha contra a desigualdade social e a favor de melhores condições na democratização da educação e gerações mais justas. Como exemplo da desigualdade que existe, pode ser citado a concepção de que portadores de necessidades especiais deveriam estar separados dos outros alunos e em escolas especiais. Ista idéia aumenta por causa da falta de consideração aos portadores de necessidades na infraestrutura de instituições em vários estados do Brasil. Portanto, é necessário também uma melhoria nas arquiteturas das escolas, de modo a formar um espaço que deve abrigar uma relação de igualdade humana e social.

Para as classes dirigentes nos países coloniais a educação para todos não era uma necessidade socialmente significante, ao contrário de muitos países europeus, não houve um processo em que um outro grupo social forte e organizado abrisse um conflito cobrando as responsabilidades sociais. As classes que governavam se preocupavam mais com seus interesses exclusivos do que com projetos que englobavam melhorias sociais para gerar igualdade a todos. Isto explica o grande número de pessoas que não sabem ler nem escrever, sendo ainda grande o número de pessoas que possui pouca ou nenhuma escolaridade. A pirâmide educacional e a pirâmide da distribuição da renda estão muito próximas.

Mas mesmo sendo poucos os individuos que recebem educação, o fato desse processo existir já é uma vitória. Pois alunos e professores estabelessem uma relação onde os conteúdos ao serem adquiridos não se tornam privados, pelo contrário eles se multiplicam. Assim, a própria educação acaba gerando uma sociedade mais humana e justa, auxiliando na expanção dos valores e gerando mais pessoas com uma nova consciência e um bom caráter.

Por Talita Rosa Otilia Simões



A educação escolar é uma das bases para a cidadania, como também para o desenvolvimento social e político de um país, além de ser indispensável no mundo profissional.

Para existir uma escola pública de qualidade, necessita existir espaços físicos de educação que integrem um conjunto de condições capazes de viabilizar esta possibilidade. O direito à educação, artigo 6º do capítulo II da Constituição Brasileira, para tornar-se realidade, precisa materializar-se em um sistema que comporte programa, currículo, métodos, espaços físicos, professores e condições de trabalho, o que não acontece de fato.

O Brasil reconhece o ensino fundamental como um direito desde 1934 e o reconhece como direito público subjetivo desde 1988. Ele é obrigatório, gratuito e quem não tiver tido acesso a esta etapa da escolaridade pode recorrer à justiça e exigir sua vaga.

No ambiente escolar, o espaço físico engloba várias determinações de uso. Assim, a escola demarca o uso e a relação de seus usuários. É nesse ambiente que a vida começa, bem ou mal, aquecida e protegida ou desprotegida e fria; dependendo dessa disposição do ambiente, como aparência, cor, temperatura, salubridade provocar-se-á sensações positivas ou negativas em cada ser humano. Também os métodos pedagógicos e a disposição espacial das pessoas e objetos mostram de forma clara as distintas relações entre professores e alunos, que se mantém desde a chamada escola tradicional.

Nem sempre novas arquiteturas nos prédios escolares resultaram em novas relações pedagógicas. Em relação à arquitetura escolar, ela é planejada por arquitetos ou engenheiros sem nenhuma participação de seus futuros usuários. Mas as necessidades de um determinado grupo social parecem fundamentais, como aos portadores de deficiência física que sofrem com as barreiras colocadas pela arquitetura escolar. Diferentes grupos sociais têm diferentes modos de relação com o espaço e devem-se levar em consideração as diferenças para que não excluamos nenhum cidadão. Os programas de governo que articulam as políticas de educação com a organização dos espaços físicos escolares são poucos, e também é notável que quanto mais longe dos centros urbanos mais pobres são as escolas na arquitetura. Mas, as inúmeras manifestações de resistência dos movimentos em luta pela escola pública “de qualidade”, pelas condições de acesso e de movimento no interior do espaço físico escolar demonstram que esse conformismo não é natural, nem absoluto. Contudo, a educação sinaliza a possibilidade de uma sociedade mais igual e humana. A igualdade é o princípio tanto da não-discriminação quanto ela é o foco pelo qual homens lutaram para eliminar os privilégios de sangue, de etnia, de religião ou de crença. Ela ainda é o norte pelo qual as pessoas lutam para ir reduzindo as desigualdades e eliminando as diferenças discriminatórias.

Quanto mais processos se dão, mais se multiplicam, mais se expandem e se socializam, possibilitando uma sociedade mais igual e humana.

A educação como direito e sua efetivação em práticas sociais possibilitaria uma aproximação pacífica entre os povos de todo o mundo, visto que diminuiria as desigualdades e discriminações, sendo como um canal de acesso aos bens sociais e à luta política e, como tal, um caminho também de emancipação do indivíduo diante da ignorância.

Por Maici Alboleda



A presença da escola na vida das pessoas não pode ser separada dos processos culturais, dos valores socioeconômicos, do interesse das classes e do governo. Por isso ela não é um fenômeno neutro, ela sofre os efeitos da ideologia, por estar de fato envolvida na política.

A memória que guardamos da escola e da sua organização é constituída de práticas pedagógicas e do próprio tipo de construção – os prédios escolares são reconhecidos de longe. Isso se chama Cultura Escolar. Porém, algumas diferem entre si, possuindo característica singular no modo de ensino, resultada de fatores relacionados ao contexto histórico, social e cultural de quem vive ao seu redor e das pessoas que fazem parte dela. Essa é a cultura da escola.

A Constituição do Brasil faz referência à educação no seu artigo 6º do capítulo II desde o Império, embora isso ainda não seja uma lei cumprida. Esse direito além de garantir a cidadania, permite que uma sociedade evolua sócio-política e economicamente. Apesar da abertura política ocorrida em 1985, a realidade do país somente passou por transformações mais profundas a partir de 1989, onde com a Constituição Federal de 1988 a legislação teve progressos com a educação.

Segundo Paulo Freire, a adequação do processo educativo às características do meio e educar a partir do universo cultural de cada um faz com que a pessoa aprenda e assim conheça o mundo, podendo construí-lo de forma melhor.

Por Cileide Brasil



Tempos atrás, não se tinha a educação como um direito. A sociedade, também, não sentia necessidade de ter conhecimentos científicos. Com o período industrial, foi necessário o implante de mão-de-obra especializada, profissional. Porém, a sociedade não tinha os conhecimentos necessários. A alfabetização, então, tornou-se necessária economicamente. Com isso, a sociedade sentiu a importância dos conhecimentos, dos estudos, enfim, da alfabetização. Segundo Marshall, “a educação é um pré-requisito necessário para a liberdade civil”.

Atualmente é garantido por lei o acesso de todos à educação escolar em quase todos os países. Essa educação básica faz-se necessária para a formação de cada cidadão na construção de uma sociedade melhor. O ensino profissional é essencial para a inserção dos cidadãos no mercado de trabalho, garantindo o crescimento dessa sociedade. É de suma importância ressaltar que a formação de cidadãos começa com a educação escolar, que esta é a fundante da cidadania. Entretanto, “é inegável também a dificuldade de, diante da desigualdade social, instaurar um regime em que a igualdade política aconteça no sentido de diminuir as discriminações.” (Carlos Roberto Jamil Cury) A UNESCO é o órgão responsável que não mede esforços para essa universalização do ensino fundamental.

Segundo Bobbio, a figura do direito tem como correlato a figura da obrigação. Todos têm direito a essa educação, porém pode-se observar que muitos não têm acesso a esse ensino. Ou têm um ensino de pouca qualidade. Cita-se como exemplo a falta de condições em muitas regiões do país, principalmente norte e nordeste. Além da falta de estrutura, falta qualificação. Há também a falta de interesse e de responsabilidade social e com cada qual, de alguns cidadãos. Deveria ser obrigação dos alunos darem o respeito aos professores, no entanto, o que se vê nos noticiários é exatamente o contrário. Algumas pessoas não vêem a importância dos estudos como uma forma de garantia de um futuro melhor, então acabam desprezando a oportunidade que têm. Enquanto há aqueles que queriam as oportunidades e não as tem.

Com o passar dos anos as escolas e os até os alunos sofreram modificações. Porém, algumas coisas se assemelham entre as escolas, ainda hoje. É a dita cultura escolar. A imagem que todos que passaram por uma escola têm. Cada elemento escolar como, por exemplo, a figura do professor com o giz na mão repassando seus conhecimentos a um determinado número de alunos sentados enfileirados. Ou então o silêncio de uma biblioteca, ou os grupos de pesquisas escolares, ou, talvez ainda, as pessoas que trabalham naquele ambiente como a diretora, os professores, as secretárias, as merendeiras, entre outras. São coisas comuns em qualquer unidade escolar. Todavia, cada unidade de ensino tem seus métodos e suas diferenciações. São elementos que diferenciam uma escola de outra. É a identidade da escola, o que as torna singulares. Isso pode ser bem notado quando se compara uma escola pública de uma escola privada. Percebe-se elementos como bibliotecas amplas, espaço físico apropriado, estrutura para manter a escola, espaço e incentivo a pratica esportiva, são muito bem vistos em escolas particulares, já as escolas públicas estão caminhando, lentamente, para isso. Essas diferenciações fazem parte da cultura da escola.

Por Bruna Freitas da Silva